quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Ano "novo"

Na tentativa de fazer um texto comemorativo, consegui um conto triste sem fim. Mas o ano não foi só isso. Morou em 2010, as lágrimas derramadas, merecidas e enxugadas. O álcool, as festas, os beijos e os abraços. A cintura que duas mãos fechavam, as pernas finas e o cabelo escuro. Blues, Folk, Raul, você, eu e eu. Os livros, os quadros e as fotos emolduradas. A angústia, a solidão, a felicidade, a amizade e a empolgação.
Em 2011... que more tudo novamente.

domingo, 3 de outubro de 2010

Hoje, diante deste leque de palhaços, sinto-me como se fosse o único ser humano no picadeiro.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Respondeu-me

"Cheia de desejos -poucos deles realizados, olha para o mundo como se este fosse um parque de diversão. E se machuca ao notar que, na verdade, é um ranking. Fecha os olhos cedo demais e isso dificulta o abrir deles quando necessário. Esquece que os problemas de quem convive com você, às vezes, não são seus. Canta alto a felicidade sem nem mesmo ter começado a melodia. Sente em demasia, mas sua pouca fala cria confusão em cabeças alheias. Abraça as novidades sem preocupação alguma com o futuro.
Tome cuidado, anjo sensível. Não acho que deva aposentar o sistema límbico, apenas escute outras vozes."

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Açucaradas mudanças

Ai, que saudade da minha rotina aos 7 anos... quando a unica que precisava estar vestida com luxo era a boneca Susi porque toda tarde, ao voltar da escola, esbarrava com meu vizinho: o falso Ken; meu unico amor platônico era o Goku(apesar de todas as outras boas opções que me oferecia o desenho), um simples contorno da minha mão era pendurado na parede e minhas ambições se baseavam em brinquedos, doces e travessuras.
Não é que meus pais estavam certos? Eu realmente dou trabalho e continuo passando no dentista com freqüência. Infelizmente, todo o resto mudou. Agora, conheço os meus demônios e eles clamam por roupas bonitas, fazem meus amores platônicos se multiplicarem a cada semana e me deixam pensar que tudo o que faço não é bom o suficiente. Será que alguém pode me emprestar uma máquina do tempo?
Voltar pra época em que músicas infantis eram gravadas em fitas e ensinavam a escovar os dentes é o que quero, mas está tarde demais. Já me deixei levar pelas tentações que a noite oferece e, conciliar isso com as jujubas... é travessura.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Perceptível paz

Abriu a gaveta, colocou o sorriso no rosto e foi fazer suas tarefas rotineiras.
Como em todas as quartas-feiras do ano, o pasteleiro alegrou-se ao vê-la pedindo o delicioso pastel de queijo e perguntou "como está a senhorita?". Para a surpresa de ambos, ela respondeu a verdade: "bem". E ao sentar-se, ainda pensando na resposta que dera, resolveu checar se tal era mesmo verdadeira.

- Como estão seus pais?
- Estranhando-se, mas saudáveis.
- Como está o resto de sua família?
- Brilhando.
- Como estão os seus amigos?
- Longe, mas em boas mãos.
- Como está você?
- Sorrindo.
- Como está seu coração?
- Batendo em velocidade normal.
- Como está a sua cabeça?
- Armazenando e raciocinando.
- Como está a sua consciência?
- Limpa.
- Como está a sua alma?
- Quieta, tranqüila... em paz.

Sim, ela estava mesmo bem, mas somente depois daquele dia passou a entender quão maravilhoso era sentir-se dessa forma.