quinta-feira, 6 de outubro de 2011

15 palavras para dois

1. Indiferença
2. Simpatia
3. Semelhança
4. União
5. Paixão
6. Amor
7. Saudade
8. Ciúme
9. Obsessão
10. Descontrole
11. Afastamento
12. Tristeza
13. Fuga
14. Depressão
15. Apatia

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

- Como você está se sentindo?
- Como um mendigo que perdeu o papelão na chuva e não tem onde dormir essa noite.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

domingo, 8 de maio de 2011

De quinta para sexta

- Uma conclusão minha: quando cito Freud, significa que estou com muito sono.
- Quando não durmo, começo a pensar que poderia pensar muito mais, se estivesse acordado o tempo todo, mas sonharia muito menos.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

sexta-feira, 25 de março de 2011

Dia sim - Dia solidão

-A solidão é um bicho de quatro cabeças, dizia ela. -Quatro cabeças beges. Cada cabeça com seu sorriso malicioso adorando cada olhar ao além, cada letra digitada, cada movimento do cabelo ao vento. Um minuto era confundido com dois, dois com quatro, quatro com oito... As folhas já não aguentavam mais a dor que o grafite provocava. O grafite, por sua vez, não aguentava mais escrever a dor. A dor era outra que não aguentava mais... não aguentava mais ser sentida. -Tem gente viva lá fora, anunciava a televisão. -A televisão não sabe de nada, afirmava ela. Fazia as pazes com as cabeças quando ia procurar aquela gente viva, descobria que era lenda, encontrava o álcool.
Sem expectativa alguma, mas com um sorriso estampado no rosto, convidou aquele cara pra sair. Ele falava, ela sorria. Ela falava, ele sorria. Eles bebiam. Estava acostumada a ouvir que é mais fácil se envolver com quem passou pelas mesmas situações e teve as mesmas desilusões. Não tinha prova. Mas havia encontrado uma, ali.
As mãos entrelaçadas. A respiração alta que costumava ser tão irritante antes dele. O chuvisco da televisão quase que rindo da ironia. O corpo encostando na parede de tão apertado que estava aquele sono. As imaginarias pétalas de flores enfeitando o lençol. Mais tarde, ou mais cedo, os bocejos. O barulho da bolacha de sal quebrando nos dentes de ambos. O abrir e fechar da torneira do banheiro. O estalo do beijo de despedida. E, mais uma vez, as quatro malvadas cabeças.
- Parem já de me encher o saco, cabeças! Dessa vez tem um sabonete derretidinho no banheiro esperando pelo seu dono.


Para Isabel Fogaça.

terça-feira, 8 de março de 2011

Faz falta um homem apaixonado

O que fez de você um homem não mais apaixonado? Essa cara boba de sempre não combina com o atual grito de prazer, mas sim com o antigo grito de felicidade. Se lembra dele?
As suas palavras tão bem selecionadas na minha caixa de mensagens que me faziam pensar estar beijando Camões ao fechar os olhos. O seu olhar misto de desespero e compaixão quando as lágrimas insistiam em rolar pela minha face. O seu sorriso-Mona Lisa depois dos meus "o que foi?" constrangidos ao ser olhada durante segundos sem desvio algum que, alias, poderia facilmente ser classificado como a oitava maravilha. Os seus habituais abraços apertados assistidos pela lua e pelas estrelas. As noites de boa música no carro parado em um deck qualquer feitas por você depois de um filme - nem sempre bom. Aquele sentimento que você sempre citava... como é mesmo o nome? Saudade? Acho que é esse mesmo. Seus desenhos e as minhas dobraduras - perceba como fomos nos misturando ao decorrer deste texto.
Seu segundo nome, intensidade. Sua segunda arte, a poesia. Sua terceira mulher, eu.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O meu labirinto. E o seu.

São engraçados os caminhos que se moldam sozinhos. Mais engraçados ainda são os caminhos que nós mesmos fazemos. O amor ou a falta dele, o interesse ou a falta dele, o medo ou a falta dele... tudo isso nos influencia sem notarmos até a cara quebrar, até a ficha cair.
Eu disse engraçado? Acho que a palavra não era essa. Talvez "trágico" se encaixe melhor.
Como pode o poder da palavra ser tão absurdo quanto a insignificância da mesma? Eu me lembro de ter dito "eu te amo" sem sentir nada e agora, mesmo sem dizer, sinto. Você se lembra de ter ouvido o adeus e ter a sensação de que o mundo caiu sobre a sua cabeça e agora ouve o choro sem sentir nenhuma palpitação no coração. Ambos tiveram o clássico medo de perder para os melhores mas continuaram caminhando até o prêmio idealizado. Todos os planos juntos fugiram dos dois e isso fez com que os planos individuais se perdessem entre os outros. Estranhamente, os sentimentos também se confundiram e agora nem sabem mais se definir.
Diante das mudanças, procuram se consolar aqui ou alí, mas... espera aí! Não é que o futuro tem uma carta na manga?! A vida jogou um pra lá, o outro pra cá e eles ainda têm objetivos, mas não fazem a mínima idéia de como chegar lá. Agora ele consola ela, ela consola ele e, mais uma vez, a confusão está feita. É mais um trágico caminho à ser seguido.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Conforme-se

Enfiei as mãos de unhas bem feitas dentro do guarda-roupa, tirei todos os vestidos e estendi-os na cama. Um mais belo que o outro. Escolhi aquele que poderia ser usado tanto em um piquenique quanto em uma festa de reveillon. Ao invés de meia, fiquei uma hora embaixo do chuveiro. Levei pra cabeça o shamppo mais cheiroso, o condicionador que dá no cabelo um efeito de sereia. Na secagem, o processo foi outro. Escovei as madeixas cuidadosamente com o secador ligado. A minha pele lisa foi bem cuidada e depois pintada. Os cílios tão grandes que chegavam a deixar marcas nas lentes do óculos. No pescoço estava o cheiro de doces, os doces mais suaves.
Estava pronta. E linda.
Ele não me elogiou, mas me levou pra casa.